Dando
continuidade às apresentações, o terceiro grupo a se apresentar escolheu o tema
Pesquisa Histórica em forma de
seminário. Considerando a
apresentação do grupo e a leitura de alguns textos, destacam-se alguns pontos
sobre esse tipo de pesquisa:
- A Pesquisa
Histórica pode ser definida como pesquisa analítica, pois envolve o estudo
e avaliação aprofundados de informações disponíveis na tentativa de explicar o
contexto de um fenômeno. Também é o tipo de pesquisa que investiga eventos que
já tenham ocorrido, utilizando métodos descritivos e analíticos. Em alguns
estudos históricos, o investigador está propriamente interessado em preservar o
registro de eventos e realizações passadas. Nesses estudos procura utilizar o
método histórico-descritivo para mapear a experiência passada, localizar no
tempo e espaço uma pessoa, uma tendência, um evento ou uma organização, a fim
de providenciar respostas para questões particulares. Em outros estudos
históricos, o investigador está mais preocupado em descobrir fatos que providenciarão
maior compreensão e significância de eventos passados para explicar a situação
presente ou estado atual do fenômeno estudado. Nesses estudos é utilizado o
método histórico-analítico para abordar o evento na tentativa de encontrar
informações sobre como o evento ocorreu, quem o provocou, porque foi provocado,
quais as possíveis consequências atribuídas, entre outras
O quarto
grupo a se apresentar escolheu o tema Pesquisa
Participante. Considerando a apresentação do grupo e a leitura de alguns
textos, destacam-se alguns pontos sobre esse tipo de pesquisa:
- As pesquisas qualitativas envolvem a
observação intensiva e de longo tempo num ambiente natural, o registro preciso
e detalhado do que acontece no ambiente e a interpretação e análise de dados
utilizando descrições e narrativas. Desse modo, pesquisas qualitativas podem
ser: etnográfica, naturalista, interpretativa, fenomenológica, pesquisa-participante
e pesquisa-ação.
- Fals Borda (in Brandão, 1988), estabeleceu
alguns princípios metodológicos da Pesquisa
Participante começando com Autenticidade e Compromisso.
Autenticidade no sentido de produzir um saber que parte do saber do seu
sujeito-objeto, constituído na prática comunitária, demonstrando com
transparência e honestidade um compromisso com o saber a ser construído
contribuindo com os princípios específicos da ciência sem a necessidade do
disfarce como sujeito de origem da área delimitada para o estudo.
Outro princípio é o Antidogmatismo
que busca romper com algumas ideias preestabelecidas ou princípios ideológicos.
Para Fals Borda o dogmatismo é, “por definição, um inimigo do método científico”.
Isso não implica dizer que o pesquisador não seja um sujeito ideologicamente
identificado com uma proposta política. Mas sua intervenção não pode ser aquela
da falsa consciência, de deturpação da realidade, que captam apenas pela
aparência e não pela essência. A ideologia “é parte inevitável do negócio científico, ou no
sujeito, ou no objeto, ou em ambos. A própria condição de sujeito cognoscente
acarreta o reconhecimento de que ideologia é intrínseca na própria
interpretação da realidade” (Demo, 2000).
- Por
ser crítica-dialética, a Pesquisa
Participante busca envolver aquele que pesquisa e aquele que é pesquisado
no estudo do problema a ser superado, conhecendo sua causa, construindo
coletivamente as possíveis soluções. A pesquisa será feita com o envolvimento
do sujeito-objeto. O pesquisador não só passa a ser objeto de estudo, assim
como os sujeitos-objetos são igualmente pesquisadores onde todos, pesquisador e
pesquisados, identificam os problemas, buscam-se conhecer o que já é conhecido
a respeito do problema, discutem as possíveis soluções e partem para a ação,
seguido de uma avaliação dos resultados obtidos.
- Na Pesquisa Participante os saberes dos indivíduos construídos no cotidiano da vida comunitária é parte
importante no processo de construção do conhecimento.
- Esse tipo de pesquisa é, também, uma forma de praticar a ciência sem valores
absolutos no conhecimento científico porque este varia conforme os interesses e
objetivos dos indivíduos, ou grupo de indivíduos, envolvidos na construção e
acumulação do conhecimento. Então, quem pratica esse tipo de pesquisa deve
estabelecer uma comunicação diferenciada, de acordo com o nível de
desenvolvimento político e educacional dos grupos de base daqueles que fornecem
a informação. Nada de linguagem rebuscada, erudita, que foge à compreensão dos
indivíduos envolvidos na pesquisa. A comunicação deve ser simples para ser
acessível a todos e todas. O pesquisador deve aprender a ouvir os discursos com
diferentes sintaxes culturais e adotar a humildade daqueles que desejam
aprender a aprender.
-Para
entender claramente a Pesquisa
Participante é preciso reconhecer que o problema a ser conhecido para ser
solucionado tem origem na própria comunidade e a finalidade desse tipo de
pesquisa é a mudança das estruturas com vistas à melhoria de vida dos
indivíduos envolvidos (Demo in Brandão,
1994; Minayo, 2004; Fals Borda in Brandão, 1988). Neste caso, pesquisador é aquele que teve
formação especializada, mas também se estende aos indivíduos do grupo que
participa da construção do conhecimento, tendo como princípio filosófico a
conscientização do grupo de suas habilidades e recursos disponíveis.
O quinto
grupo a se apresentar escolheu o tema Pesquisa
Documental. Considerando a apresentação do grupo e a leitura de alguns
textos, destacam-se alguns pontos sobre esse tipo de pesquisa:
- Segundo Gil (2008), a Pesquisa Documental é muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc.
- Segundo Santos (2000), a Pesquisa Documental é realizadas em fontes como tabelas estatísticas,
cartas, pareceres, fotografias, atas, relatórios, obras originais de qualquer
natureza (pintura, escultura, desenhos, entre outros), notas, diários, projetos
de lei, ofícios, discursos, mapas, testamentos, inventários, informativos,
depoimentos orais e escritos, certidões, correspondência pessoal ou comercial,
documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações,
igrejas, hospitais, sindicatos.
- Para Ludke e André (1986), a análise documental
constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja complementando informações
obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou
problema.
Os materiais de apoio utilizados nesta postagem são:
-BORDA,
O. F. Aspectos teóricos da pesquisa
participante: considerações sobre o significado do papel da ciência na
participação popular. In: BRANDÃO, C. R. (Org.). Pesquisa
Participante. 7 ed. São Paulo: Brasiliense, 1988.
-BRANDÃO, C.R.; BORGES, M.C. A pesquisa
participante: um momento da educação popular. 2007, v. 6, n.1. Disponível
em: < http://www.seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/19988/10662>
-DEMO,
P. Pesquisa e Construção do Conhecimento: metodologia científica no caminho de
Habermas. Rio de Janeiro. Tempo Brasileiro, 2000.
-GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2008.
-LUDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens
qualitativas. São Paulo, EPU, 1986.
-MINAYO,
M.C.S. (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 23
ed. Petrópolis, Rio de Janeiro, Vozes, 1994.
- SANTOS A.R. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 3 ed., Rio de
Janeiro, DP&A, 2000.
- Tipos
de pesquisa considerando os procedimentos utilizados. Disponível em: <http://www.ergonomia.ufpr.br/Tipos%20de%20Pesquisa.pdf>
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