Dando
continuidade às apresentações, o oitavo grupo a se apresentar escolheu o tema Pesquisa Ação em forma de seminário
virtual. Sobre este tema destacam-se alguns pontos como:
- Segundo David (2005), é difícil de definir a Pesquisa-Ação por duas razões
interligadas: primeiro, é um processo tão natural que se apresenta, sob muitos
aspectos, diferentes; e segundo, ela se desenvolveu de maneira diferente para
diferentes aplicações
- Segundo Molina, a Pesquisa-Ação é uma metodologia coletiva que favorece as discussões
e a produção cooperativa de conhecimentos específicos sobre a realidade vivida,
a partir da perspectiva do esmorecimento das estruturas hierárquicas, e das divisões
em especialidades, que fragmentam o cotidiano. Se constitui enquanto prática
desnaturalizadora e tem como foco principal de análise as redes de poder e o
caráter desarticuladores dos discursos e das práticas instituídas no convívio
social.
- A Pesquisa-Ação
educacional é principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de
professores e pesquisadores de modo que eles possam utilizar suas pesquisas
para aprimorar seu ensino e, em decorrência, o aprendizado de seus alunos, mas
mesmo no interior da pesquisa-ação educacional surgiram variedades distintas.
- É importante que se reconheça a Pesquisa-Ação como um dos inúmeros tipos
de investigação-ação, que é um termo genérico para qualquer processo que siga
um ciclo no qual se aprimora a prática pela oscilação sistemática entre agir no
campo da prática e investigar a respeito dela. Planeja-se, implementa-se,
descreve-se e avalia-se uma mudança para a melhora de sua prática, aprendendo
mais, no correr do processo, tanto a respeito da prática quanto da própria
investigação.
- A Pesquisa-Ação
tenda a ser pragmática, ela se distingue claramente da prática e, embora seja
pesquisa, também se distingue claramente da pesquisa científica tradicional,
principalmente porque a pesquisa ação ao mesmo tempo altera o que está sendo
pesquisado e é limitada pelo contexto e pela ética da prática.
- A Pesquisa-Ação
deve ser contínua e não repetida ou ocasional, porque não se pode repetidamente
realizar pesquisas-ação sobre a prática de alguém, mas deve-se regularmente
trabalhar para melhorar um aspecto dela, de modo que deva ser mais frequente do
que ocasional.
O nono e
último grupo a se apresentar escolheu o tema Estudo de caso em forma de painel. Sobre este tema destacam-se
alguns pontos como:
- Para Goode e Hatt, o Estudo de caso é um meio de organizar os dados, preservando do
objeto estudado o seu caráter unitário. Considera a unidade como um todo,
incluindo o seu desenvolvimento (pessoa, família, conjunto de relações ou
processos).
- Segundo Yin, o Estudo de caso representa uma investigação empírica e compreende um
método abrangente, com a lógica do planejamento, da coleta e da análise de
dados. Pode incluir tanto, estudos de caso único quanto de múltiplos, assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa.
- Na posição de Lüdke e André, o Estudo de caso como estratégia de
pesquisa é o estudo de um caso, simples e específico ou complexo e abstrato e
deve ser sempre bem delimitado. Pode ser semelhante a outros, mas é também distinto,
pois tem um interesse próprio, único, particular e representa um potencial na
educação. Destacam em seus estudos as características de casos naturalísticos,
ricos em dados descritivos, com um plano aberto e flexível que focaliza a
realidade de modo complexo e contextualizado.
- Conforme os objetivos da investigação, o Estudo de caso pode ser classificado de
intrínseco ou particular, quando procura compreender melhor um caso particular
em si, em seus aspectos intrínsecos; instrumental, ao contrário, quando se
examina um caso para se compreender melhor outra questão, algo mais amplo,
orientar estudos ou ser instrumento para pesquisas posteriores, e coletivo,
quando estende o estudo a outros casos instrumentais conexos com o objetivo de
ampliar a compreensão ou a teorização sobre um conjunto ainda maior de casos.
- Como qualquer pesquisa, o Estudo de caso o é geralmente organizado em torno de um pequeno
número de questões que se referem ao como e ao porquê da investigação.
- Segundo Gil, o Estudo de caso não aceita um roteiro rígido para a sua delimitação,
mas é possível definir quatro fases que mostram o seu delineamento:
a) delimitação da unidade-caso;
b) coleta de dados;
c) seleção, análise e interpretação dos dados;
d) elaboração do relatório.
- Os Estudos
de caso têm várias aplicações. Uma grande utilidade dos estudos de caso é
verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é recomendável
nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, para a construção
de hipóteses ou reformulação do problema. Também se aplica com pertinência nas
situações em que o objeto de estudo já é suficientemente conhecido a ponto de
ser enquadrado em determinado tipo ideal. São úteis também na exploração de
novos processos ou comportamentos, novas descobertas, porque têm a importante
função de gerar hipóteses e construir teorias.
- Sobre as vantagens dos Estudos de caso, pode-se dizer que: estimulam novas descobertas, em
função da flexibilidade do seu planejamento; enfatizam a multiplicidade de
dimensões de um problema, focalizando-o como um todo e apresentam simplicidade
nos procedimentos, além de permitir uma análise em profundidade dos processos e
das relações entre eles.
- Mas há também limitações. Uma delas é a
dificuldade de generalização dos resultados obtidos. Pode ocorrer que a unidade
escolhida para investigação seja bastante atípica em relação às muitas da sua
espécie. Naturalmente, os resultados da pesquisa tornar-se-ão bastante
equivocados. Por essa razão, cabe lembrar que, embora o estudo de caso se
processe de forma relativamente simples, pode exigir do pesquisador muita
atenção e cuidado, principalmente porque ele está profundamente envolvido na
investigação.
Os materiais utilizados nesta postagem são:
- LUDKE, M.; MEDA, A. Pesquisa em educação:
abordagens qualitativas. São Paulo: EPU;1986.
- TRIPP, D. Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 31,
n. 3, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a09v31n3.pdf>
- VENTURA, M.M. O estudo de caso como modalidade
de pesquisa. 2007. Disponível em: < http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/o_estudo_de_caso_como_modalidade_de_pesquisa.pdf>
- Yin R. Estudo de caso:
planejamento e métodos. 2a ed. Porto Alegre: Bookman