Aula 12 - 27.10.2015

Dando continuidade às apresentações, o oitavo grupo a se apresentar escolheu o tema Pesquisa Ação em forma de seminário virtual. Sobre este tema destacam-se alguns pontos como:

- Segundo David (2005), é difícil de definir a Pesquisa-Ação por duas razões interligadas: primeiro, é um processo tão natural que se apresenta, sob muitos aspectos, diferentes; e segundo, ela se desenvolveu de maneira diferente para diferentes aplicações

- Segundo Molina, a Pesquisa-Ação é uma metodologia coletiva que favorece as discussões e a produção cooperativa de conhecimentos específicos sobre a realidade vivida, a partir da perspectiva do esmorecimento das estruturas hierárquicas, e das divisões em especialidades, que fragmentam o cotidiano. Se constitui enquanto prática desnaturalizadora e tem como foco principal de análise as redes de poder e o caráter desarticuladores dos discursos e das práticas instituídas no convívio social.

- A Pesquisa-Ação educacional é principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de professores e pesquisadores de modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar seu ensino e, em decorrência, o aprendizado de seus alunos, mas mesmo no interior da pesquisa-ação educacional surgiram variedades distintas.

- É importante que se reconheça a Pesquisa-Ação como um dos inúmeros tipos de investigação-ação, que é um termo genérico para qualquer processo que siga um ciclo no qual se aprimora a prática pela oscilação sistemática entre agir no campo da prática e investigar a respeito dela. Planeja-se, implementa-se, descreve-se e avalia-se uma mudança para a melhora de sua prática, aprendendo mais, no correr do processo, tanto a respeito da prática quanto da própria investigação.




- A Pesquisa-Ação tenda a ser pragmática, ela se distingue claramente da prática e, embora seja pesquisa, também se distingue claramente da pesquisa científica tradicional, principalmente porque a pesquisa ação ao mesmo tempo altera o que está sendo pesquisado e é limitada pelo contexto e pela ética da prática.

- A Pesquisa-Ação deve ser contínua e não repetida ou ocasional, porque não se pode repetidamente realizar pesquisas-ação sobre a prática de alguém, mas deve-se regularmente trabalhar para melhorar um aspecto dela, de modo que deva ser mais frequente do que ocasional.


O nono e último grupo a se apresentar escolheu o tema Estudo de caso em forma de painel. Sobre este tema destacam-se alguns pontos como:

- Para Goode e Hatt, o Estudo de caso é um meio de organizar os dados, preservando do objeto estudado o seu caráter unitário. Considera a unidade como um todo, incluindo o seu desenvolvimento (pessoa, família, conjunto de relações ou processos).

- Segundo Yin, o Estudo de caso representa uma investigação empírica e compreende um método abrangente, com a lógica do planejamento, da coleta e da análise de dados. Pode incluir tanto, estudos de caso único quanto de múltiplos, assim como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa.

- Na posição de Lüdke e André, o Estudo de caso como estratégia de pesquisa é o estudo de um caso, simples e específico ou complexo e abstrato e deve ser sempre bem delimitado. Pode ser semelhante a outros, mas é também distinto, pois tem um interesse próprio, único, particular e representa um potencial na educação. Destacam em seus estudos as características de casos naturalísticos, ricos em dados descritivos, com um plano aberto e flexível que focaliza a realidade de modo complexo e contextualizado.

- Conforme os objetivos da investigação, o Estudo de caso pode ser classificado de intrínseco ou particular, quando procura compreender melhor um caso particular em si, em seus aspectos intrínsecos; instrumental, ao contrário, quando se examina um caso para se compreender melhor outra questão, algo mais amplo, orientar estudos ou ser instrumento para pesquisas posteriores, e coletivo, quando estende o estudo a outros casos instrumentais conexos com o objetivo de ampliar a compreensão ou a teorização sobre um conjunto ainda maior de casos.

- Como qualquer pesquisa, o Estudo de caso o é geralmente organizado em torno de um pequeno número de questões que se referem ao como e ao porquê da investigação.

- Segundo Gil, o Estudo de caso não aceita um roteiro rígido para a sua delimitação, mas é possível definir quatro fases que mostram o seu delineamento:

a) delimitação da unidade-caso;
b) coleta de dados;
c) seleção, análise e interpretação dos dados;
d) elaboração do relatório.

- Os Estudos de caso têm várias aplicações. Uma grande utilidade dos estudos de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do problema. Também se aplica com pertinência nas situações em que o objeto de estudo já é suficientemente conhecido a ponto de ser enquadrado em determinado tipo ideal. São úteis também na exploração de novos processos ou comportamentos, novas descobertas, porque têm a importante função de gerar hipóteses e construir teorias.

- Sobre as vantagens dos Estudos de caso, pode-se dizer que: estimulam novas descobertas, em função da flexibilidade do seu planejamento; enfatizam a multiplicidade de dimensões de um problema, focalizando-o como um todo e apresentam simplicidade nos procedimentos, além de permitir uma análise em profundidade dos processos e das relações entre eles.

- Mas há também limitações. Uma delas é a dificuldade de generalização dos resultados obtidos. Pode ocorrer que a unidade escolhida para investigação seja bastante atípica em relação às muitas da sua espécie. Naturalmente, os resultados da pesquisa tornar-se-ão bastante equivocados. Por essa razão, cabe lembrar que, embora o estudo de caso se processe de forma relativamente simples, pode exigir do pesquisador muita atenção e cuidado, principalmente porque ele está profundamente envolvido na investigação.


Os materiais utilizados nesta postagem são:

- LUDKE, M.; MEDA, A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU;1986.

- TRIPP, D. Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 31, n. 3, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a09v31n3.pdf>

- VENTURA, M.M. O estudo de caso como modalidade de pesquisa. 2007. Disponível em: < http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/o_estudo_de_caso_como_modalidade_de_pesquisa.pdf>
  
- Yin R. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2a ed. Porto Alegre: Bookman

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